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ADOLESCÊNDIO

Memorial Poético [2007 - 2010]

36 páginas / 2018 / 3 edições / edição mais nova: 2023

editora Espreita

"Acumulei sensações tão amoralmente quanto uma esponja

Vivi reencarnações imediatas

& conduzi uma caravana imaginária de curiosos

Rumo ao desconhecido

& ao fogo"

"América Ladina"

["Adolescêndio"]

escritores nordestinos
25 reais

 

"Neste breve e intenso memorial poético (2007 a 2010), o poeta evoca passagens de sua entrada no fogo do mundo. E ao mundo ele vai – não como turista (turistas compram passeios e sorriem), mas para ter experiências vivas; para saber de si e do(s) outro(s); para “Sentir infinitamente a própria presença” e mesmo a solidão coletiva.

 

A epígrafe – versos de “Canção da Mais Alta Torre” – mostra que ele viu/seguiu “As marcas de Rimbaud na areia”, como diz o poema “Exílio Infiníntimo”. Então não se espere uma poesia acamurçada ou, menos ainda, gessada no agradável ao gosto acomodado. Corpo, sensações, um certo desregramento (como no poeta francês).

 

Há um morder aquilo por que se sentiu mordido (ou ameaçado), à maneira nietzschiana: “A guilhotina acadêmica não terá minha cabeça!”. Há um corpo querendo queimar-se de (outro) corpo: “Ah vastidão do desejo! / Que ninguém me sirva de nada / Além de lenha!”. Há um saber-se sentenciado pela “UTI do real”, cujos remédios e procedimentos recusa: “Síndrome da imunodeficiência moral / Alergia a riqueza / Anarquistite absgaga / & plebeização crônica”.

Como Rimbaud, o poeta de Adolescêndio abjura as felicidades recortadas e mandadas colorir pela organização político-social – que quer moldar os indivíduos e não costuma perdoar os desobedientes.

 

Uarpêik, como homem e como poeta, parteja-se a si mesmo fora da Matrix, aí onde se instala também uma cultura de recepção da poesia que talvez prefira a poesia alcalina, aquela que não chega a perturbar; que agrada à primeira leitura e busca expressões belamente surpreendentes mas sem espírito, no sentido em que fala o autor de Assim Falava Zaratustra: “Escreve com sangue e verás que sangue é espírito”."

[Nivaldete Ferreira, escritora]

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